Na primeira metade da década de 1950, Johnny Alf, pianista, compositor e cantor, fascinava com seus acordes e diferentes harmonias que registrou em discos que hoje são disputados por colecionadores.
Pelo nome, há quem pense que se trata de um gringo, mas Alfredo José da Silva é carioca de Vila Isabel.
Alfredo José da Silva (Rio de Janeiro, 19 de maio de 1929), mais conhecido como Johnny Alf, é um compositor, cantor, instrumentista (pianista) brasileiro.
Considerado um dos precursores da bossa nova, começou a estudar piano clássico na infância, e logo se interessou pelas canções de George Gershwin e Cole Porter.
Na adolescência montou um conjunto musical que se apresentava nos fins de semana, e foi um dos fundadores do ‘Sinatra-Farney Fan Club’.
Convidado para fazer parte de um grupo artístico no ‘Instituto Brasil-Estados Unidos’, recebeu o conselho de adotar o nome artístico Johnny Alf para uma apresentação na Rádio MEC.
Em 1952 começou a atuar profissionalmente como pianista em casas noturnas. Ficou conhecido, tocando em Copacabana, no ‘Beco das Garrafas’ e na boate ‘Plaza’ onde se reuniam à época toda a primeira geração da bossa nova.
Sua música ‘Rapaz de Bem’ é considerada a mais bossa nova das músicas antes da bossa nova. Sua maneira suingada de cantar e se acompanhar ao piano influenciou legiões de cantores e pianistas.
Filho de um cabo do Exército que morreu quando ele tinha apenas 3 anos, a mãe trabalhava em casa de uma família na Tijuca e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos de idade, com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava.
Após o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter.
Aos 14 anos, formou um conjunto musical, com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na praça Sete, atual praça Barão de Drummond. Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf.
Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, em 1952. Iniciando assim, a sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance.
Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza.
Duas canções se destacaram neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), consideradas a melodia e a harmonia, como revolucionárias e precursoras da bossa nova.
Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves.
Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).
Em 1965 realizou uma turnê pelo interior paulista. Professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record - Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.
Nos anos recentes, Johnny tem se apresentado raramente, em razão de problemas de saúde. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos 50 anos da bossa nova na Oca, em 2008, e, em janeiro de 2009, no Auditório do SESC Vila Mariana, em São Paulo.
Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf é o "verdadeiro pai da Bossa Nova".
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