domingo, 22 de outubro de 2017

Johnny Alf

Na primeira metade da década de 1950, Johnny Alf, pianista, compositor e cantor, fascinava com seus acordes e diferentes harmonias que registrou em discos que hoje são disputados por colecionadores.

Pelo nome, há quem pense que se trata de um gringo, mas Alfredo José da Silva é carioca de Vila Isabel.

Alfredo José da Silva (Rio de Janeiro, 19 de maio de 1929), mais conhecido como Johnny Alf, é um compositor, cantor, instrumentista (pianista) brasileiro.

Considerado um dos precursores da bossa nova, começou a estudar piano clássico na infância, e logo se interessou pelas canções de George Gershwin e Cole Porter.

Na adolescência montou um conjunto musical que se apresentava nos fins de semana, e foi um dos fundadores do ‘Sinatra-Farney Fan Club’.

Convidado para fazer parte de um grupo artístico no ‘Instituto Brasil-Estados Unidos’, recebeu o conselho de adotar o nome artístico Johnny Alf para uma apresentação na Rádio MEC.

Em 1952 começou a atuar profissionalmente como pianista em casas noturnas. Ficou conhecido, tocando em Copacabana, no ‘Beco das Garrafas’ e na boate ‘Plaza’ onde se reuniam à época toda a primeira geração da bossa nova.

Sua música ‘Rapaz de Bem’ é considerada a mais bossa nova das músicas antes da bossa nova. Sua maneira suingada de cantar e se acompanhar ao piano influenciou legiões de cantores e pianistas.

Filho de um cabo do Exército que morreu quando ele tinha apenas 3 anos, a mãe trabalhava em casa de uma família na Tijuca e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos de idade, com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava.

Após o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter.

Aos 14 anos, formou um conjunto musical, com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na praça Sete, atual praça Barão de Drummond. Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf.

Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, em 1952. Iniciando assim, a sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance.

Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza.

Duas canções se destacaram neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), consideradas a melodia e a harmonia, como revolucionárias e precursoras da bossa nova.

Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves.

Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).

Em 1965 realizou uma turnê pelo interior paulista. Professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record - Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.

Nos anos recentes, Johnny tem se apresentado raramente, em razão de problemas de saúde. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos 50 anos da bossa nova na Oca, em 2008, e, em janeiro de 2009, no Auditório do SESC Vila Mariana, em São Paulo.

Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf é o "verdadeiro pai da Bossa Nova".

Paulo Moura

Paulo Moura (São José do Rio Preto, 15 de julho de 1932 — Rio de Janeiro, 12 de julho de 2010) foi um maestro, compositor, arranjador, saxofonista e clarinetista brasileiro de choro, samba e jazz.

Moura era considerado um dos principais nomes da música instrumental do Brasil.

Paulo Moura fez muitas parcerias com a cantora Maysa, de 1969 a 1975, em shows na Boate Igrejinha e no especial da TV Cultura Maysa Estudo.

Em 1982 compôs a trilha sonora do filme O Bom Burguês, dirigido por Oswaldo Caldeira.

Em 2005 fez turnê nacional e internacional do espetáculo Homenagem a Tom Jobim, ao lado de Armandinho, Yamandú Costa e Marcos Suzano.

Participou do documentário Brasileirinho, do finlandês Mika Kaurismaki que, em 2005, foi uma das atrações da mostra fórum do Festival de Berlim. Sua última apresentação foi no Copacabana Palace, em um evento da Sachal Records.

O músico estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o dia 4 de julho com um linfoma (câncer do sistema linfático), e faleceu 8 dias depois.

Em 2011, um ano após sua morte, foi lançado a biografia Paulo Moura - Um Solo Brasileiro, de Halina Grynberg, sua esposa por 26 anos, que escreveu o livro baseado em entrevistas que ela fez com Paulo Moura.

Em 2012 foi lançado o CD Paulo Moura & André Sachs - Fruto Maduro, pela gravadora Biscoito Fino, com dez músicas inéditas, um de seus últimos trabalhos autorais,. resultado de uma parceria entre os dois músicos que começou em 2004 e duraria até os momentos finais do maestro. A ultima gravação registrada no disco foi feita em 25 de março de 2010, alguns meses antes do falecimento de Paulo. No dia 21 de junho de 2012 foi inaugurado o Teatro Paulo Moura, um dos maiores e mais bem equipados teatros do interior de São Paulo, em São José do Rio Preto, terra natal do músico. Em 2013, o CD Paulo Moura e André Sachs Fruto Maduro recebeu duas indicações para o 24.o Prêmio da Música Brasileira (melhor álbum instrumental - André Sachs (produtor) e melhor solista - Paulo Moura).

Luiz Bonfá

Luiz Bonfá (Luiz Floriano Bonfá), instrumentista, compositor e cantor nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 17/10/1922.

O pai tocava violão, instrumento que começou também a aprender aos 12 anos, de ouvido.

Mais tarde, tornou-se aluno do maestro uruguaio Isaías Savio, iniciou-se em música clássica e fez parte da orquestra de violões organizada pelo maestro.

No programa Hora do Guri, de Tia Chiquinha, na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, Luiz Bonfa participou de um concurso para selecionar os seis melhores violonistas, e classificou-se em terceiro lugar, executando uma peça do espanhol Francisco Tárrega (1852-1909).

Luiz Bonfa mudou-se para São Paulo/SP, onde passou a se interessar por música popular.

Estreou profissionalmente em 1945 como solista de violão e vocalista do Trio Campesino, que se apresentou com sucesso nos cassinos da ilha Porchat, de Santos/SP, e de Icaraí, em Niterói/RJ.

Em 1946, Luiz entrou para a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, levado por Garoto, ao lado de quem tocava no programa Clube da Bossa e de quem assimilou grande parte da harmonia moderna.

Luiz Bonfa realizou para a Continental, em 1946, sua primeira gravação, Uma prece e Pescaria em Paquetá (ambas de sua autoria).

Ainda em 1946, Luiz passou a fazer parte do conjunto Quitandinha Serenaders, ao lado de Luís Teles, Francisco Pacheco e Alberto Ruschell.

Com a dissolução dos Quitandinha Serenaders, em 1952, passou a atuar sozinho como solista de violão.

Em 1953, Dick Farney gravou suas composições, entre as quais Ranchinho de palha, Perdido de amor, Sem esse céu e Canção do vaqueiro.

Foi o violonista na gravação das músicas da peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, feita em 1956 pela Odeon.

Luiz Bonfa excursionou pelos E.U.A., em 1956 e em 1959, com a cantora Mary Martin, gravando LPs na etiqueta Atlantic, com elogios da crítica norte-americana pelo seu virtuosismo.

A partir de então, Luiz Bonfa aderiu à bossa nova, tendo participado do festival realizado no Carnegie Hall, em New York, EUA, em novembro de 1962.

Voltou aos EUA para morar durante dois anos - de 1964 a 1966 -, apresentando-se em programas de televisão e em shows em boates, acompanhado da esposa e por vezes parceira, Maria Helena Toledo.

Escreveu músicas para diversos filmes, entre os quais Orfeu do Carnaval (direção de Marcel Camus, 1959), Chico Viola não morreu (direção de Román Vignoly Barreto, 1955) e Os cafajestes (direção de Rui Guerra, 1962).

Suas composições de maior sucesso são: De cigarro em cigarro, samba gravado por Nora Ney em 1953; A chuva caiu (com Tom Jobim), toada gravada em 1955 por Ângela Maria; Samba do Orfeu e Manhã de Carnaval (ambas com Antônio Maria), para o filme Orfeu do Carnaval.

Esta última, cuja primeira gravação foi de Agostinho dos Santos, tornou-se grande êxito mundial e sua composição mais conhecida, tendo sido regravada em vários países.

Classificou, em terceiro lugar, a composição Dia das rosas (com Maria Helena Toledo), no I FIC, da TV-Rio, Rio de Janeiro, em interpretação da cantora Maysa.

No II FIC, da TV Globo, em 1967, apresentou Vem comigo cantar e Amada canta (ambas com Maria Helena Toledo).

A partir de 1967, vivendo nos E.U.A., associou-se a Eumir Deodato e voltou-se inteiramente para o jazz.

Gravou, entre outros, The new face of Luís Bonfá (1970) e Introspection (1972), este considerado um clássico do violão solo nos E.U.A.

Nesta mesma época, participou, com Dom Um Romão, do disco The movie song album de Tony Bennett.

Em 1997, a cantora Ithamara Koorax lançou Almost in love/ The Luís Bonfá Songbook, CD dedicado à obra do violonista e compositor, que toca violão em 12 faixas do disco.

Ainda em 1997, a canção Correnteza, na voz de Djavan, foi sucesso da novela O Rei do Gado, da TV Globo.

Luiz Henrique Rosa

Luiz Henrique Rosa
(Tubarão, 25 de novembro de 1938 — Florianópolis, 9 de julho de 1985) foi um violonista e compositor brasileiro de bossa nova e MPB.

É de sua autoria a melodia do hino do Avaí Futebol Clube.

Aos 11 anos mudou-se com a família para a cidade de Florianópolis, lugar que homenageou até as últimas canções.
Aos vinte e poucos anos teve um programa na Rádio Diário da Manhã, onde tocava suas próprias composições e os sucessos da época.
Antes de compor as estimadas 200 canções, Luiz Henrique também tocou em festas, bares e bailes.

Em 1960 excursionou por todo o sul brasileiro a convite do pianista gaúcho Norberto Baldauf, acompanhando seu conjunto melódico.

Em 1961 mudou-se para o Rio de Janeiro (cidade), onde se apresentou em diversos night-clubs e onde também gravou seu primeiro disco.
Um compacto com duas músicas, Garota da Rua da Praia e Se o Amor É Isso, composições em parceria com Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho.
Em 1963, quando gravou seu primeiro LP, A Bossa Moderna de Luiz Henrique, conquistou as paradas de sucesso em todo o país.

Em 1965, no auge da bossa nova no Brasil, Luiz Henrique partiu para os Estados Unidos. Em Nova York, conviveu com grandes músicos norte-americanos, como Stan Getz, Oscar Brown Jr., Billy Butterfield, Bobby Hacket e Liza Minnelli, entre outros.
E com muitos brasileiros, como Sivuca, Hermeto Pascoal, Walter Wanderley, João Gilberto e Airto Moreira.
 O músico permaneceu nos Estados Unidos até 1971, quando então voltou à sua amada ilha. Em 1976 lançou seu último LP, Mestiço.

Morreu aos 46 anos, quando completaria 25 anos de carreira, vítima de um acidente automobilístico.

No ano de 2003 foi organizado, em sua homenagem, o CD A Bossa Sempre Nova de Luiz Henrique, para o qual os músicos Martinho da Vila, Elza Soares, Ivan Lins, Luiz Melodia, Sandra de Sá, Biá Krieger e Toni Garrido foram convidados a interpretar e gravar suas composições.

Em 2009, Liza Minnelli lançou a coletânea Liza A&M the complete A&M Recordings, com grandes sucessos de sua carreira, e incluiu três canções de Luiz Henrique Rosa, gravadas originalmente pelos dois na década de 1960.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

As Praias Desertas - Margareth Reali

As praias desertas continuam
Esperando por nós dois
A este encontro eu não devo faltar

O mar que brinca na areia
Está sempre a chamar
Agora eu sei que não posso faltar

O vento que venta lá fora
O mato onde não vai ninguém
Tudo me diz
Não podes mais fingir

Porque tudo na vida há de ser sempre assim
Se eu gosto de você
E você gosta de mim

As praias desertas continuam
Esperando por nós dois

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Sambossa - Elza Soares

É hora de Elza Soares e seu 3º LP profissional, Sambossa, Odeon (1963). Sambossa é um dos elementos essenciais de Elza Soares, gravado antes de Elza ter deixado a Europa e se casou com o lendário jogador de futebol Garrincha. Durante este tempo, Elza também apresentou junto com Louis Armstrong, que foi um marco em sua carreira.

Sambossa é a transição de Elza de Samba para Bossa Nova. Um bom desempenho de Dorival Caymmi Rosa Morena abre o LP, Billy Blanco dá a outras composições e também há outro clássico, So Danco Samba, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Ribamar é responsável pelos arranjos, fazendo um conjunto que se encaixa perfeitamente com a voz áspera e escamas de Elza.01- Rosa Morena (Dorival Caymmi) (00:00)
02- Gamação  (João Roberto Kelly)  (02:31)
03- A Banca Do Distinto  (Billy Blanco)  (04:39)
04- Primeira Comunhão  (Miguel Xavier/Billy Blanco)  (06:50)
05- Sim e Não (Carlos Magno/Venâncio/Edilton Lopes)  (09:02)
06- Leilão (Armando Nunes/Nazareno de Brito)   (11:19)
07- Só Danço Samba  (Tom Jobim/Vinicius De Moraes)  (13:46)
08- A Corda e a Caçamba  (Antônio Almeida)  (15:56)
09- Vaca De Presépio  (Billy Blanco)  (18:54)
10- Maria, Mária, Mariá  (Billy Blanco)  (21:35)
11- Quando O Amor Não É Mais Amor  (Ricardo Galeno/Cirene Mendonça)  (24:19)
12- Mulata De Verdade  (Sérgio Malta)  (26:29)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Baden Powell - Tristeza On Guitar (1966)

Tristeza on Guitar é um disco do violonista Baden Powell. Lançado inicialmente pelo selo alemão Saba, foi remixado e relançado no Brasil com algumas gravações alternativas sob o título "Baden/O Som de Baden Powell" pelo selo Elenco.
 Este álbum foi um dos responsáveis por consolidar a carreira do músico na Europa.

Faixas:
Tristeza (Niltinho e Haroldo Lobo)
Canto de Xangô (Baden Powell, Vinícius de Moraes)
Round about Midnight (Thelonious Monk)
Saravá (Baden Powell)
Canto de Ossanha (Baden Powell, Vinícius de Moraes)
Manhã de Carnaval (Luis Bonfá)
Invenção em 7 1/2 (Baden Powell)
Das Rosas (Dorival Caymmi)
Som de Carnaval (Baden Powell)
O Astronauta (Baden Powell, Vinícius de Moraes)

Músicos:
Baden Powell (violão, agogô, surdo)
Copinha (flauta)
Sergio Barroso (baixo)
Alfredo Bessa (atabaque, cuíca)
Amauri Coelho (pandeiro, atabaque)
Milton Banana (bateria)